Quatá recebe em palestra autora do livro " Um par de asas para Toby"
A importância do livro na democratização da informação e a valorização da produão cultural brasileira foram destacadas nas palestras da autora, que antes de publicar o seu livro submeteu o texto à opinião de estudantes e professores do ensino fundamental.
Quando o leitor opina a respeito da história e a sua opinião é valorizada pelo autor ele deixa de ser um consumidor passivo, explicou Gisele Pecchio. Todos sabemos que informação é poder mas não é de domínio público e sim de meia dúzia de pessoas com prerrogativa para decidir o que milhões de cidadãos irão ler, ver, ouvir e consumir.
A autora disse que preferiu editar ela mesma o seu livro para viabilizar o seu projeto
editorial em prazo e preço final e para não perder o foco no leitor, que participou de
forma ativa.
O livro Um par de asas para Toby foi
transcrito em Braille em edição gratuita, dedicada pela autora aos
professores e alunos do Instituto de Cegos Padre Chico, em homenagem aos 150 anos da
educação de cegos no Brasil e da morte de José Álvares de Azevedo, patrono da
educação em Braille no País.
Não encontrei livros infantis em Braille nas bibliotecas e isso me motivou a fazer a minha parte pela inclusão na leitura junto às pessoas com necessidades especiais, disse Gisele, que ainda espera encontrar um patrocinador para editar o livro em Braille e com caracteres para visão subnormal. É importante o número de pessoas vitimadas por doenças oculares irreversíveis e que necessitam de condiões especiais para conseguir ler um livro, alertou.
Ao lembrar uma frase do sociólogo Herbert de Souza, o
Betinho, um grande brasileiro que dedicou a sua vida à inclusão, e cujo
livro Revoluões da Minha Geração ela estava lendo nos dias que passou em Quatá, a
jornalista disse que parece muito difícil mudar as idéias, mas acredito no poder
da cultura para fazê-las evoluir graças à emoão e à inventividade.
Gisele Pecchio elogiou a qualidade das perguntas e a ativa participação dos professores
e estudantes quataenses nas duas palestras. Por meio delas, o público manifestou
interesse em saber detalhes sobre os fatores que a inspiraram na realização do seu
primeiro livro.
Conheça o projeto editorial e a missão de Gisele Pecchio - Este livro marca o meu
ingresso na literatura infantil. Inspirei-me para escrever essa história quando conheci o
Toby, um simpático vira-lata, numa praia que freqüento desde pequena.
Conheci o protagonista do livro em dezembro do ano 2000, quando comemorei o último
Rèveillon com o papai, lá em Peruíbe. Ele faleceu doze meses depois, no dia 2 de
dezembro. Partiu antes de ver o livro pronto. Dediquei Um par de asas para Toby a ele,
José Acioli Dias, à mamãe, Fany Pecchio Dias, e às minhas sobrinhas, Marianna e
Pamela.
Com o seu jeito alegre, Toby chamou logo a minha atenão,
porque costumava vê-lo apostar corrida na praia com os seus amigos pássaros, todos os
dias. Resolvi chamar as aves de esquadrilha da fumaça. Elas voavam sempre em bandos e
faziam acrobacias aéreas maravilhosas, deixando o Toby louco para voar.
Como repórter, passei a acompanhar o cão para obter informaões sobre ele. Havia
decidido que um dia escreveria um livro infantil sobre o cãozinho mais popular do portal
da Juréia.
Descobri que o Toby morava numa casa humilde, onde não havia carro na garagem, nem televisão na sala. No entanto, Toby passeava de carro na praia todos os dias. As pessoas iam buscá-lo em casa, deixando a sua dona muitiíssimo enciumada. Ainda por cima, o danado do cãozinho tomava sorvete de chocolate com as crianças. Não é um luxo?
O Toby me revelou que as coisas fundamentais desta vida
não podem ser adquiridas com dinheiro algum, nem com um montão de moedas de ouro. A
amizade, por exemplo, é um dom ofertado por Deus. É muito importante saber se relacionar
com as pessoas e fazer amigos. No caso do Toby, foram os amigos da praia que salvaram a
sua vida, quando ele foi capturado pela carrocinha.
Esse livro fala de amizade, de como é importante cuidar bem dos nossos amigos e da
liberdade, com respeito às regras. E, é claro, eu não poderia deixar de falar de
ecologia e de preservação ambiental. Afinal, a trama se passa num dos mais belos locais
da Mata Atlântica, a Juréia, que fica na cidade de Peruíbe, litoral sul do estado de
São Paulo.
Naverdade, Um par de asas para Toby é a realização de um
sonho. Comecei a escrevê-lo no final de março de 2003. Quando descrevia as aventuras do
Toby com os amigos pássaros, o presidente Bush já planejava o ataque aéreo sobre a
cidade de Bagdá. Daí pensei... os pássaros utilizam o dom que Deus lhes deu para nos
alegrar e nos divertir, como os da esquadrilha da fumaça. O homem utiliza esse mesmo dom
para a destruião, infelizmente.
O livro ficou pronto em outubro e foi lançado na Semana das Crianças. Elaborei o layout
e o projeto gráfico. A editoração eletrônica e as ilustraões foram contratadas de
profissionais que eu mesma escolhi, quando resolvi que faria um livro independente, com
uma versão em Braille.
O planejamento de Marketing e Divulgação foi elaborado por mim. Graças ao Jornalismo da Rádio CBN, onde fui entrevistada, durante 12 minutos, por Adalberto Piotto, âncora do programa CBN Total, vendi livros para todo o Brasil. No programa Pulo do Gato, apresentado pelo radialista José Paulo de Andrade, pedi patrocínio para uma transcrião em Braille com caracteres para visão subnormal, depois de ter recebido a negativa de inúmeros bancos aos quais pedi patrocínio. Um desses bancos chegou a alegar falta de recursos para o projeto, orçado em R$7.600,00. Consegui fazer uma tiragem reduzida, somente em Braille, dedicada aos professores e alunos do Instituto de Cegos Padre Chico, graças a um empresário, ouvinte do Pulo do Gato.
A professora Magali Piazza Giaquinto adquiriu o livro para utilizá-lo nas aulas de reforço escolar da Emef Professor João Larizzatti, em Osasco. Os resultados foram muito satisfatórios. Ela relatou-me que na escola havia alunos entre 9 e 10 anos com dificuldade de aprendizado. Graças ao livro e à personagem Toby esses alunos conseguiram escrever as primeiras frases completas, com sujeito e verbo, pela primeira vez. Para me homenagear, a professora e os alunos prepararam um grande painel com todas as redaões, frases e desenhos feitos a partir da leitura e estudo do livro. E ainda me convidaram para uma palestra. Uma honra.
As crianças do morro disputaram o livro que você nos enviou, relatou-me por carta Ademiro Alves, da Associação Suzanense de Literatura Independente. Esse testemunho reforçou a minha crença de que os pequenos gostam de ler, mas não recebem dos adultos o incentivo que precisam. Uma pena eu não ter tido o apoio necessário para doar mais livros às crianças pobres, como gostaria. Mas chegará o dia em que invés de carrinhos e bonecas de plástico, descartáveis e nocivos ao meio ambiente, serão doados livros às crianças da periferia.
|
Contatos com a autora: gisele.jorn@uol.com.br telefax:11- 3682 2000 http://gisele.jorn.sites.uol.com.br/gisele.jorn.html |
Gisele e Quatá
Neta e irmã de quataenses, jornalista, com especialização em Comunicação Empresarial, Gisele Pecchio Dias é paulistana, nascida em 24 de junho de 1959. Filha do pintor alagoano José Acioli Dias e de Fany Pecchio Dias, tem um irmão, o engenheiro José Lourenço, nascido em Quatá, cidade onde seus pais se conheceram, casaram e moraram antes de se mudarem para a Capital.
Neta de Zaira e Guido Pecchio, um dos
fundadores da cidade e grande incentivador do esporte amador, em especial do futebol,
Gisele sempre visita Quatá para rever os tios Lycia, Neyde e Sergio Pecchio, além dos
inúmeros primos residentes na cidade, inclusive do lado paterno, como a Maria, filha da
Ivete Acioli Boiça e mãe do Lauro Júnior que está abrindo uma auto-escola na cidade,
na avenida Jânio Quadros. Com saudade, ela diz que a mais linda recordação de infância que guarda na memória é a da estação ferroviária de Quatá, na época em que a cidade era reconhecida pelo slogan Flor da Alta Sorocabana. Quando eu desembarcava na estação com os meus pais, estavam lá na plataforma, a nossa espera, a querida madrinha Dedé (Rosa Pecchio), o vovô Guido, a tia Lycia, a tia Neyde e o marido Álvaro, além dos primos Neno e Rico. |
|
Entre abraços, beijos e frases carinhosas eu me distraia
olhando encantada o chafariz com formato de flor e luzes coloridas refletidas no jato
dágua que havia na praça da estação ferroviária, hoje desativado.
O mais gostoso vinha depois, saborear a sopa de feijão feita pela Dedé no fogão de
lenha da casa do vovô na companhia dos primos, alguns deles não moram mais em Quatá,
como a Nívea, o Ney, a Lygia e o Paulo Pecchio. Eu era a mais nova da turma, a mais
chorona e arteira, jamais esqueço o dia em que abri a porteira do galinheiro do vovô e
esqueci-me de fechá-la. Resultado: as galinhas destruíram a horta, não sobrou um pé de
alface ou almeirão.
Gisele , com sua mãe e seu irmão, dando os primeiros
passos ( 1960 - Osasco)
Enquanto eu crescia chegaram novos primos, como o Marcelo,
o Márcio e a Cristiane Pecchio, filhos do caçula Sergio Pecchio. Hoje o Marcelinho é
motivo de muito orgulho para nós, pois representa todas as famílias quataenses no
Legislativo municipal.
Sou solteira, não tenho filhos, mas tenho duas sobrinhas (Pamela, 10 e Marianna, 4),
além da cunhada Elaine, que são maravilhosas. Moro com a mamãe em Osasco, cidade
escolhida pelo papai (já falecido) para morarmos e onde estamos há 42 anos. Meu irmão e
família moram na Capital, mas estamos sempre juntos.
Primeira jornalista a ingressar no Bradesco Cursei a Faculdade de Comunicação Social de 1978-81, época em que trabalhei como repórter free-lancer no suplemento infantil Folhinha, do jornal Folha de S. Paulo, e fui estagiária de jornalismo na Secretaria de Estado da Promoão Social, até o final de 83. No ano seguinte, ingressei nas Organizaões Bradesco, onde realizei trabalho pioneiro, tendo sido a primeira jornalista a atuar como assessora de imprensa, primeiro na Fundação Bradesco-Pecplan e depois na Diretoria de Marketing do Bradesco, onde trabalhei até 1990, quando ingressei na Gerência de Comunicação do Banco Francês e Brasileiro, associado ao Crèdit Lyonnais, hoje Itaú Personnalité.
Classificada em primeiro lugar em concurso público para o
cargo de jornalista, realizado pela Prefeitura de Osasco, ingressei na carreira pública
em 1993, tendo prestado serviços de assessoria de imprensa e edião de publicaões em
diversas secretarias municipais.
Fui repórter do setor de engenharia de manutenão, de 1993 a 2002, com atuação na
revista Manutenão y Qualidade e no boletim eletrônico BP, especializado em notícias
para o setor químico e petroquímico. Respondi pela divulgação e assessoria de imprensa
dos mais importantes fóruns e seminários de engenharia de manutenão organizados pela
Astrein, empresa pioneira na fabricação de softwares, consultoria e treinamento para o
setor.
Atualmente concilio o jornalismo com a literatura infantil. Sou autora do livro Um par de asas para Toby, lançado em outubro de 2003. Eu mesma editei o livro, de forma independente, com uma versão em Braille. Preparo para outubro de 2004 o lançamento do segundo livro. Para mim, os livros são uma forma de fazer a minha parte pela inclusão na leitura.
A autora já realizou palestra e autografou o seu livro na Pré-Escola Pingo de Gente, na Emef Prof. João Larizzatti, no Colégio Fernão Dias Pais (OSASCO-SP); no Colégio Alpha-COC, na Creche Municipal de Quatá (QUATÁ-SP), no Instituto de Cegos Padre Chico (CAPITAL-SP), na Livraria Bernini (CAPITAL-SP), na Livraria Casa do Poeta, no Shopping Osasco Plaza e na ACM (OSASCO-SP). Em breve deverá estar nas escolas do Sesi de ITU e RIO CLARO (SP), e nas cidades de MOGI DAS CRUZES (SP) e GUANAMBI (BA).
As palestras e o livro em Braille são gratuitos.
Mais informações:
ISBN 85-903675-1-7
Cód.Barras: 9788590367512
32 páginas ilustradas e coloridas, com ficha de leitura
Palestras, Oficinas de Desenho e edião em Braille são
gratuitos
Novo livro de Gisele, Novo livro de Toby !
Lançado no dia 2 de outubro de 2004, em Osasco-SP, autografo o meu segundo livro infantil, intitulado "Toby e os mistérios da Floresta", já lançado em Braille, pelo Instituto de Cegos Padre Chico, em agosto último.
No dia 9 de outubro, às 14
horas, realizarei palestra seguida de sessão de autógrafos na Biblioteca Braille do
Centro Cultural São Paulo (estação Vergueiro do Metrô).
Para mais informações sobre o meu trabalho estarei à disposição de vocês pelo
e-mail: gisele.jorn@uol.com.br
Texto e fotos: Gisele Pecchio Dias