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volta de 1970, reinou pelas ruas de Quatá uma figura que divertiu adultos
e crianças, não só pela sua irreverência como pela suas histórias,
suas fantasias e seu modo enrolado de falar.
Seu nome verdadeiro era Antônio Ferreira, e dizia ter nascido em Portugal, por volta de 1900. Trajava uma túnica militar toda rota e rasgada, que nunca tirava do corpo e que o credenciava a dizer que era cabo, sim cabo do exército. Chinelo de dedo , quepe de aba quebrado e porrete na mão. Era o famoso "Cabo" que percorria as ruas da cidade; correndo atrás das crianças que mexiam com ele. dormia nos bancos das praças , na estação ferroviária ou sob alguma marquise. Tinha um companheiro inseparável, que não o largava e o obedecia fielmente. Tratava-se de um cãozinho vira-lata, que atendia pelo nome de "Cravo".
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Nas
suas andanças, já com bastante idade, um dia caiu e quebrou a perna. Foi
encaminhado ao hospital, onde deram-lhe o tratamento ncecessário,
inclusive com uma linda bota de gesso.
Ainda nesse estado andou bastante, sempre esbravejando com tudo e com todos, dizendo "sou cabo do exército..." Já sem condições nenhuma e sem o "Cravo", morou algum tempo na Casa dos Velhos de Quatá, onde veio a falecer, deixando saudades em todos e sua marca por onde passou , dando continência e dizendo bravamente: - "Sou cabo de guerra" ! - Cuidado comigo, senão mando te prender..." Lembra-se ? |