![]() Por Prof. Adelmo Pires Barbosa |
Joaquim do Potro |
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Joaquim do Potro
era um português que aqui
aportou nos idos de 1940. Baixinho, barrigudinho, falante e literato nato
como todo lusitano.
Foi personagem conhecido de nossa cidade. Foi gente como a gente. Ajudou a fazer nossa história. Por que Joaquim do Potro ? Porque ele chegava todas as manhãs com o seu potrinho, um velho burrinho, com um balaio pendurado de cada lado, contendo verduras, legumes e frutas para vender. Puxava o animal cantarolando velhas cantigas portuguesas. Vinha lá dos lados da Fazenda Santa Lina; mais atrás vinham seus dois filhos, garotos espertos , descalços, calças com suspensórios e camisa de tecido grosso: era o Jeremias , o mais velho e o Crescêncio, mais novo. Logo, logo vendiam tudo, pois a freguesia já os esperava. Joaquim do Potro portava , direto, um embornal à tiracolo sempre cheio de sementes de umburanas, "para temperar cachaça", as quais |
vendia
por dúzia. Isso tudo já no período da tarde, quando também andando
pela avenida principal vendia bilhetes da Loteria Federal e destribuia
panfletos da "Casas Pernambucanas" que havia em Quatá, enquando
cantarolava sua própria criação:
"Olha o Joaquim do
Potro, Ao cair da tarde, já no finzinho do dia, Joaquim do Potro juntava seu burrinho e partia de volta para casa; alquebrado pelas andança do dia, ofegante pela idade, dominado pelos tranquinos, lá ia ele para o descanso merecido. E o Jeremias e o Crescêncio? Lá estavam os dois , um em cada balaio , selado sobre o animal, no maior cochilo do mundo... Joaquim do Portro, você foi famoso ! |